Solitude, darkness and love


"I don't wanna admit, but we're not gonna fit"

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Hidden Place - Capítulo 7: O futuro dele


Um enjoo súbito deu-se em Forseti, mal acordou e já estava vomitando no vaso sanitário de seu banheiro, apesar disso, já estava conseguindo digerir ao que aconteceu na noite anterior, Frey já tinha ido para a escola, e ela resolveu passar o dia em casa, de luto por estar morta, talvez isso fosse exagero, mas ela realmente se sentia assim. Comprou pão por ali perto, e tomou seu café, sem conseguir sentir gosto de nada, nem da sua própria boca, já estava digerindo, mas ainda era difícil.

Ela disse uma vez para Hermod, que se ele não quisesse mais seu coração, ela o roubaria e o apertaria com a sua mão direita, e ele sentiria o quanto seu coração era importante, mas ela jamais o devolveria. Ela devolveu, porém, o sangue daquele coração, ainda estava seco em suas mãos, ela lavava e lavava, mas não se pode apagar parte de sua história tão facilmente. Forseti cresceu ao lado de Frey, Hermod sempre foi mais distante, mas ainda assim era importante, era como um abstrato fácil de se entender. Frey era a tinta, Forseti era o quadro.

Frey sentia um vazio toda vez que Forseti faltava, era como se uma parte dele não estivesse ali, mas resolveu se segurar e continuar na aula, pensou que deveria deixá-la sozinha, pensando no que faria dali pra frente.

Com o rádio ligado, uma suave música de amor tocava para todos, talvez a paixão naquele momento não fosse necessária, a paixão queima-se rapidamente, mas o amor era, era tão necessário que, em vez de pesar, levantou o coração de todos os quatro jovens naquele momento.

Eu ainda tenho alguém que me ama, que se importa comigo, era verdade para Forseti e Frey, e com certeza uma ilusão para Heimdall, uma intoxicação no peito de Hermod, mais ainda assim era amor, e era isso que os segurava naqueles dias de um inverno tão cruel, era isso que os faziam pensar: "eu ainda terei alguém me esperando quando eu voltar para casa, não importa quanto tempo eu passe longe, não importa o quanto o mundo se acabe".

Hermod mal conseguia levantar da cama, com suas mentiras selvangens que machucaram mais à ele, Heimdall não estava conseguindo se concentrar, Frey parou no tempo, Forseti soltou o choro preso na garganta, e os dias daquela semana estavam sempre assim.

E outra semana, Forseti voltou à ir para as aulas, e mais outra semana, suas seções de enjoo pioravam, sua menstruação estava atrasada. Resolveu comprar um teste de gravidez.

As horas pareciam ter virado anos, o sol morno daquela cidade chamava as ondas, o pássaro negro sempre ali, Frey já havia voltado para sua casa, e pouco depois disso veio uma ligação, era Hermod.

- Frey... Eu queria sair um pouco com você. - Disse, tímido.

- Tudo bem, onde você está?

- No parque perto da sua casa.

Colocou um moletom azul escuro, lavou um pouco o rosto, e andou durante as duas quadras em direção ao parque, logo encontrando um Hermod envergonhado.

- Você está bem, Hermod?

- Acho que sim.

Frey se aproximou, o parque estava vazio, durante aquela tarde morna ninguém quis ir visitar o parque, a não ser eles. Hermod não aguentou mais segurar suas lágrimas, Frey o abraçou.

- Eu sei que não sou a melhor pessoa pra falar isso, mas vai ficar tudo bem.

- Por que Forseti não me perdoa? - Soluçava.

- Porque ela sabe quem teve a maior parcela de culpa, Hermod. Você sabe como ela é.

- Não, eu não sei.

- Quer comer pipoca? Tem um pipoqueiro bem ali. - Sorriu Frey, Hermod soltou um sorriso também.

- Quero sim.

Mais um fim de um dia estava se iniciando, o cheiro de desinfetante era forte, o banheiro estava limpo como sempre, a janelinha aberta, a urina passava pela parte macia do objeto, preocupação e mais dor, Forseti estava completamente perdida, não era a sua hora ainda, por que ela tinha que sofrer sozinha? Um turbilhão de pensamentos rodeou a cabeça da jovem, já estava esperando o teste dar sua resposta, por dentro estava torcendo para que não fosse aquilo que ela não desejava, não que ela fosse uma má pessoa, mas porque ela realmente não estava pronta para tanto, se sentia em dúvidas que nunca acabavam, dúvidas que jamais acabariam, até que o teste deu sua resposta.

Forseti chorou como se chora para um oceano de solidão, Forseti gritou como se grita para uma tempestade de culpa.

Agora, eu jamais permitirei que impeçam seu nascimento, meu filho.







~







Andrew Oliveira

Um comentário:

  1. carak,q decepção ela teve e ainda ta gravida?
    ela nao sabe q existe preservativo?
    pilula,aiai o q sera dela agora???OMG

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