Solitude, darkness and love


"I don't wanna admit, but we're not gonna fit"

domingo, 22 de agosto de 2010

Hidden Place - Capítulo 2: Os sorrisos dela


- Hermod, volte já aqui! - Gritou a mãe.

- Não enche, tenho que ir, tchau!

- Hermod! Escute sua mãe!

- Me deixa em paz! Seu bêbado fracassado!

O pai de Hermod levantou-se da poltrona, jogou o jornal no chão junto com o seu auto-controle e esbofeteou o filho, a mãe fez o mesmo, mas logo Hermod saiu daquela casa, respirou fundo e foi ao encontro de Forseti, tentar viver um pouco. Ele era um ano mais novo que ela, apenas dezesseis anos, era o melhor aluno da escola, todos o admiravam, mas tinha poucos amigos de verdade, meio anti social.

Esperou no banco da praça do local marcado, enquanto ouvia um pouco de música no seu celular, tentando relaxar. Seus lábios secos se mordiam, sua face corada, seus olhos tímidos intimidadores cabisbaixos, com um leve ar de melancolia. Tossiu em seco e comprou chá gelado ali por perto, seus belos cabelos eram assoprados pela brisa invernal, já se sentia melhor, e resolveu voltar para o banco, e breve Forseti chegou, Hermod pensou um pouco na imagem do sorriso de Frey, ele não entendeu o porquê, mas tentou esquecer.

- Hermod, querido, como você está? - Felicitou-se Forseti.

- Estou bem. - Deu um meio sorriso, como sempre fazia.

- Demorei muito? Detesto chegar tarde em um local.

- Não, que nada, só faz uns cinco minutos.

- Sentiu muito a minha falta?

A imagem de Frey novamente, seu peito doeu.

- Bastante. - Outro meio sorriso, ela olhou desconfiada.

Ainda assim alegrou-se, e logo o beijou, num aroma de satisfação com seu primeiro amor. Hermod, o primeiro dela, o segundo de Frey.

Conversaram e namoraram por ali durante um bom tempo, e cada minuto era especial para Forseti, eu não sei quanto à Hermod.

- Vamos visitar Frey? - Perguntou Forseti.

- Vamos sim. - Meio sorriso de praxe

~

O balanço no quintal pendurado no galho grosso daquela árvore, era movimentado pelos braços de Frey, empurrando Freya que soltava risos amorosos pelo irmão.

- Não empurre tão forte, irmão! - Riu a criança.

- Tá bom, mas você não queria voar? - Sorriu.

- Agora eu só quero ficar perto de ti! - Até o ar frio a deixava feliz, eu me contento apenas com você perto de mim, irmão bobo.

Uma presença se aproximou dos dois, logo Frey percebeu, e olhou para a rua, ali estava ele.

- Heimdall? - Assustou-se

- Olá Frey, quer um pouco de chá gelado? - Ofereceu uma lata toda colorida pro rapaz.

Passaram-se alguns minutos e breve, Frey e Heimdall iniciaram uma conversa sentados na escadinha da porta de entrada da casa de Frey, enquanto Freya ainda brincava alegre no balanço, e a vó dos dois irmãos discutia seriamente com Loki sobre a guarda dos filhos de sua filha, na sala. Já era uma hora da tarde.

- Como está indo sua vida? - Perguntou Heimdall

- Como você quer que esteja?

- Eu soube que você está se drogando. - Preocupou-se.

- Forseti já me deu uma bronca, não se preocupe.

- Frey?

- Oi?!

- Você ainda pensa em mim? - Perguntou curioso.

- Cansei de pensar em você.

- Por quê?

- Às vezes você pode esquecer rapidamente de alguém levando o tipo de fora que você me deu, sabe... - Disse Frey, ríspido.

- Desculpa, é que naquela época eu estava repleto de problemas, mas agora...

- Eu não guardo rancor de nada, Heimdall, você já deveria saber disso.

- Eu só penso em mim. - Admitiu Heimdall.

- Eu só penso em três pessoas, com amores diferentes.

- Quem são?

- Minha irmã, Forseti, e...

- E...?

- Você já está terminando a faculdade, não é? - Curvou o assunto.

- Sim, graças a Deus. - Heimdall preferiu não questionar sobre a mudança repentina de assunto. - Você pretende cursar para o quê?

- Artes.

- Não pensa em nenhuma outra área?

- Não.

Duas outras presenças também se aproximaram dali, Hermod e Forseti. A tarde de Frey se iluminou.








~






Andrew Oliveira

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