Solitude, darkness and love


"I don't wanna admit, but we're not gonna fit"

sábado, 21 de agosto de 2010

Hidden Place-Capítulo 1: Os amores dele


Seu nariz já estava sangrando, mas ele pouco se importava, gostava tanto da cocaína que não conseguia passar um dia sequer sem cheirar um pouco, seus dezessete anos começaram assim, desleixados e em carne viva, só pra esquecer do seu padrasto, da sua mãe, de querer imaginar em como sua irmãzinha enfrentaria o peso do mundo que puseram nela, da escola, dos garotos mais fortes que sempre o provocavam, da última cadeira da 6a fileira da sua sala, onde ele sempre se sentava, e agora dele, dele que o machucou com seu olhar intimidador. Ele.

Seu padrasto bateu na sua porta, e logo a abriu, o odor de álcool exalou no quarto, e, de costume, Loki começou a espancar Frey de forma quase absurda, para ele isso era prazer, gostava da cara de dor de Frey, Frey nem se importava mais, desmaiou pensando em Freya, sua irmãzinha que estava longe dele agora.

O pôr do sol logo chegou, Frey resolveu ir à casa de Forseti, sua amiga e conselheira, no momento ele não precisava de conselheira, mas ele queria vê-la, apesar de ainda se sentir culpado por estar iniciando um amor pelo amado dela.

- Oi Frey, o que aconteceu? Meu deus, veja o seu estado. - Disse espantada com o olho esquerdo inchado de Frey. - Entre logo, está muito frio aqui fora, deixa que eu cuido de você.

Frey hesitou, mas logo resolveu entrar na casa da moça, que passava a maior parte do tempo sozinha em casa e estudando muito, ela era esforçada, diferente dele. Forseti pegou um cubo de gelo e o colocou num pano macio, logo encostando no ferimento de Frey.

- Ai! - Reclamou.

- Desculpa, mas pra esse inchaço sair logo tem que ser assim. Frey, você precisa denunciar esse homem.

- Eu não me importo com mais nada, Forseti.

- E Freya? Como ela vai se sentir sem um irmão? Você quer isso pra ela?

- Claro que não!

- Pois então.

Frey espirrou sangue, estava podre por dentro.

- Ai Frey, eu não acredito em você. O que está acontecendo? Você tem que parar de se drogar!

Frey suspirou:

- Desculpa, mas agora não consigo parar.

- Eu te ajudo.

- Obrigado, Forseti.

Uma lágrima caiu do olho inchado de Frey, ele logo tentou esconder, mas Forseti logo percebeu, e o abraçou.

- Vai ficar tudo bem, um dia tudo isso vai passar. Confie nos meus olhos, e eu confiarei no seu coração.

- Como Hermod está?

- Meu namorado? Está ótimo, tá parando de ser mais tímido, ele perguntou de você. Disse que estava bem, acho.

Frey sorriu.

- O que foi? - Forseti sentiu-se confusa.

- Nada de tão importante. - Como eu me odeio, pensou.
Frey adormeceu no colo de Forseti, era como uma irmã mais velha, seu porto seguro, se conheciam desde pequenos, e nada abalava aquela amizade. O frio da madrugada era mais cortante, a ventania mais forte, o abalo mais sensitivo, como eu te amo, Forseti.

Ao fechar as pálpebras, viu logo os olhos de Hermod em sua mente, assassinando seu temor, e ardendo seu desejo, por favor, pare! Mas ele não parava, ele continuava cada vez com mais força. O mensageiro dos deuses era o inferno de calor.

Cinco da manhã, Frey acordou com Forseti adormecida ao seu lado, e logo foi correndo para sua casa, seus passos estavam pesados, a neve fazia suas botas afundarem, mas ele não ligava, um suave paladar de amor o incendiava, ele nunca sentia frio quando o tinha. Droga, Hermod. E banhou-se, masturbou-se, estava sem sono como quase todo tempo, o tempo corria, oito da manhã, a porta de entrada se abriu, seus passos ficaram mais pesados, sua pulsação mais rápida, sua avó estava ali, segurando a mão de sua irmãzinha, e ele correu para abraçá-la, abraçou-a tão forte que a deixou sem respiração, ele sonhou com aquilo certa vez, mas fazia muito tempo, muito antes de Freya nascer, e ele sabia, ele sempre soube que haveria uma cura para sua solidão, Freya encheu-se de felicidade, e quase explodiu de amor pelo irmão.

- Quer ir morar conosco, meu neto?



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Andrew Oliveira

Um comentário:

  1. Mitologia Nórdica ;( [/cry
    uma homenagem à mim? *-* [/seachando
    opa, mais um romance homossexual -kk

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