Solitude, darkness and love


"I don't wanna admit, but we're not gonna fit"

sábado, 28 de agosto de 2010

Hidden Place - Capítulo 5: O egoísmo dele


- Está na hora de você ir. - Disse para Hermod, ainda seminu no sofá.

- Eu quero ficar mais um pouco com você.

- Heimdall chega daqui a pouco pra tomar um banho e ir pra faculdade.

- Tudo bem, eu já estou de saída. Antes disso...

- Não, por hoje já chega, Hermod.

Hermod vestiu-se, deu um último beijo em Frey, e abriu a porta, saiu. Andou pelo corredor e esperou o elevador se abrir, dando de cara com Heimdall, abaixou sua cabeça e partiu para a casa de Forseti.

Heimdall achou tudo muito estranho, ao chegar no seu apartamento, Frey ainda parecia intacto, como se nada tivesse acontecido, exceto por seu cabelo estar completamente desarrumado, isso Heimdall havia notado.

- O que aconteceu? Eu vi Hermod saindo daqui.

- Ele queria conversar comigo.

- E vocês conversaram sobre o quê?

- Sobre ele.

- Aconteceu alguma coisa a mais que você queira me contar? - Curvou-se o rapaz, para Frey.

- Não. Ele está realmente apaixonado por Forseti.

- Isso é bom, não é? Ela gosta muito dele.

- Eu sei o quanto. Talvez até mais do que ela mesma.

- Forseti não tem amor próprio? - Assustou-se Heimdall.

- Eu não sei. - Respondeu Frey

- Como você não sabe? Você não é melhor amigo dela?

- Ela não é obrigada a me contar sobre tudo que ela sente, Heimdall.

- Entendo.

Heimdall tocou seus dedos nos lábios de Frey, que estavam com cheiro de sexo. Frey não o amava, Frey nunca o amaria mais, e por que ainda estava ali? Heimdall era seu suporte, e mesmo assim, ele o tratava mal, como naquele momento.

- Desculpa, hoje eu não to me sentindo bem. - Disse Frey. - Você tem remédio pra dor de cabeça?

- Tenho, na gaveta do meu criado-mudo, pegue lá. - Decepcionou-se Heimdall.

Heimdall tirou suas vestes e entrou na banheira, lavando um pouco da sua alma, e um pouco da sua tristeza, não posso me abalar assim.

~

A noite chegou, e junto, uma Forseti cansada do hospital, estava ajudando sua mãe, e claro, ganharia uns trocados por isso pra comprar algum sapato ou alguma blusa. Seu celular tocou, era Hermod.

- Forseti, você já está em casa?

- Acabei de chegar, Hermod, está tudo bem?

- Está sim, só queria dizer que eu te amo.

- Obrigada, meu amor. - Forseti encheu-se de felicidade, ele me ama, e isso é o mais importante.

- Quer sair um pouco? Estou aqui por perto.

- Hoje não, desculpa. Passei a tarde inteira no hospital ajudando minha mãe, o natal está chegando, e as pessoas ficam desesperadas pra receberem alta o quanto antes.

- Tudo bem.

- Você está mesmo bem, Hermod?

- Estou sim. - Deu seu meio sorriso, ela sentiu.

Ela sentiu também uma leve pontada no peito, não era de dor, nem de felicidade, muito menos de satisfação, ela sentia isso quando alguém não era suficientemente sincero, Forseti sentiu um ar de mentira na voz de Hermod, o que teria acontecido?

Forseti foi logo banhar-se, e depois, escrever um pouco, lembrou daquele sonho ruim em que ela caíra de uma colina, penhasco, ou seja lá o que for, mas era alto. Frey pegou suas tintas e um quadro bem grande, dado de presente por Heimdall, que já estava a caminho da faculdade. O quadro tinha pouco mais de um metro, tanto de largura quanto de altura, e o pincel de Frey delineava delicadamente cada canto daquele quadro, o que ele estaria planejando desenhar?

O telefone de Forseti tocou mais uma vez, desta vez era Heimdall telefonando, Forseti estranhou, já era de madrugada, por que ele ligaria a essa hora? Ela só pensava em Frey.

- Forseti?

- Oi Heimdall, tudo bem?

- Eu acho que não?

Outra leve pontada em Forseti, dessa vez era de preocupação.

- O que foi? Posso ajudar em alguma coisa?

- Eu não sei se você pode ajudar alguém ou se ajudar, Forseti.

- Heimdall, o que está acontecendo?

- Acalme-se, eu ainda não tenho certeza. Mas tenho certeza de uma coisa, e preciso falar isso pra você.

- Me fala.

- Frey é apaixonado por Hermod.

E ela sentia também quando alguém falava a verdade, Forseti tinha esse dom, e para ela, era uma maldição, pois ela nunca conseguiria se segurar numa mentira que ela poderia chamar de esperança.

- Eu não acredito nisso. Frey está com você.

- E eu acho que Hermod também sente o mesmo por Frey.

A voz de Hermod no telefone, sua ligação estranha, e esse cheiro de peso na consciência, Forseti sentiu algo preso na garganta.

- Por que ele sentiria o mesmo por Frey?

- Porque eu o vi saindo do meu apartamento, onde Frey estava.

O celular caiu da mão dela, Forseti paralisou, Hermod de repente não estava mais lá, mas ela não queria acreditar, mesmo descobrindo sua mentira, ela seria uma pessoa patética se se prendesse numa mentira e a chamasse de esperança.

Forseti sempre teve uma infância solitária, era muito inteligente, mas muito compulsiva com seus sentimentos, ela era uma pessoa adorável, pelo menos superficialmente. Frey estava ouvindo silenciosamente Heimdall conversando no telefone, e levantou-se da cama, tirou o celular da mão dele, e o esbofeteou.

- Seu idiota, você não tem noção do que acabou de fazer?

- Eu sou o idiota? Tens certeza disso?

- Me perdoe por não te amar, mas entre todos vocês, Forseti e Freya são as únicas coisas boas na minha vida. Nem pense mais em tirar Forseti de mim.

Heimdall calou-se, Frey se vestiu e correu para salvar Forseti, que já estava indo em direção ao mar, ainda paralisada, louca para se afogar.




~






Andrew Oliveira.

Um comentário:

  1. pow escreve logo o outro capitulo,estou ansiosa pra saber o que ira acontecer!!!!

    ResponderExcluir