Não se sabe o por quê, mas o inverno daquela pequena cidade se foi. Nas últimas pás de terra, ele foi simplesmente, sem deixar satisfação alguma, partindo, bem devagar, e o dia seguinte foi, para todos, o mais quente daquela época, e ainda permanece assim. Ninguém nunca descobriu o motivo da partida daquele inverno tão egoísta, assim como ninguém até agora conseguiu descobrir o motivo do suicídio de Frey. Mas eu sabia. Era Loki.
Aquela época foi a mais difícil para todos eles, para Forseti, que agora era uma enfermeira, para Heimdall, que agora era um renomado advogado, para Hermod, que estava no último semestre de psicologia, e para Freya, uma adolescente cheia de impulsos e rebeldia.
Agora era sol, era girassol e calor, o frio egocêntrico se foi, mas ainda há muito esperando lá na frente, todavia, estes são outros detalhes.
Hermod lembrou do dia em que pôs fogo nas suas roupas manchadas do sangue de Frey, não que ele quisesse esquecê-lo, nem se nascesse de novo ele esqueceria de seu amado, mas porque ele realmente queria dar um passo na sua vida, e não continuar sentado esperando o tempo andar, como sempre fazia. Acordou com aquilo ainda pairando na sua mente, fez a barba, se lavou, pôs uma camisa azul estilo folk e uma bermuda xadrez, e foi para a biblioteca da sua faculdade estudar. Uma leve pontada deu-se no seu peito, mas ele não se importou, e continuou estudando.
E a porta foi aberta, lá estava ela, bela e jovem, a cada dia mais idêntica a Frey, como se fosse uma irmã gêmea que nascera depois, lá estava Freya visitando a pessoa que ela mais admirava, Forseti. Forseti deu um etéreo sorriso, e a convidou para entrar, era um final de semana, e Forseti já sabia, Freya sempre gostava de visitá-la nos finais de semana, sábado e domingo, o dia inteiro lá. Tyr sentia um pouco de ciúmes, porém, ele ainda gostava muito de Freya, de fato, ela era uma ótima companheira.
- Oi Freya, entre. Tudo bem com você? - Disse Forseti numa voz materna.
- Onde está o Tyr?
Dessa vez, era Forseti sentindo uma leve pontada.
- Meu filho está lá no quarto, ouvindo música, como sempre. - Ela adorava falar 'meu filho', sentia-se segura de si.
- Ah... Depois eu falo com ele.
- Quer um sanduíche?
- Quero sim. - Sorriu Freya, era incrível como os traços dela eram igualzinhos aos de Frey.
- Como foi sua semana?
- Foi um pouco entediante. Sabe, eu ando com uma pontada estranha no peito, é como se eu quisesse visitar meu irmão.
- Então vamos, ué. Vou ligar para Hermod e para Heimdall.
- N-Não... - Disse meio envergonhada.
- Por que não? - Questionou Forseti fazendo uma expressão triste, parecia com um desamparo.
- Queria ir só eu e você, Forseti.
- Mas Frey foi importante para todos nós, Freya. Não seja egoísta.
- Tudo bem.
Forseti deu outro sorriso materno, Freya adorava aquele sorriso, ela esperava a semana inteira para vê-lo. Deu um beijo carinhoso na bochecha rosada da menina, e pegou seu celular, discou alguns números e o pôs na orelha, meio séria.
- Hermod?
- Forseti! - Forseti sentiu a vontade de sorrir de Hermod.
- Vamos visitar Frey? Agora mesmo?
- Era exatamente nisso que eu estava pensando. - Revelou um Hermod um pouco assustado. - Vou ligar para Heimdall, espero que ele esteja livre.
- Para Frey, nós sempre temos que estar livres. - Sorriu a mãe.
A casa vantajosa de Forseti ficava um pouquinho longe daquela cidade, era como uma moça do campo, Freya adorava ir lá de bicicleta, só assim, só com Forseti, só com aquele lugar tão calmo e parado, Freya se sentia bem. O sol dourava as casas e as ruas, o cemitério também, até ele ficava com uma aparência melhor, parecia que a morte tinha se transformado em libertação, talvez fosse.
E logo todos se encontraram na lápide de Frey, todos com o mesmo sentimento. Não era de perda, nem de tristeza, era de felicidade, a mais pura felicidade. Um doce aroma de uma flor era inalada naquele lugar, poderia ser o hálito de Frey, o seu perfume, o cheiro do seu corpo, mas além disso, era outra coisa. Era muito mais do que amor, do que paixão, do que qualquer sentimento bom e ruim, era grandioso, esplêndido, cheio de um orgulho necessário para se manter.
Eu ainda estou aqui, te abraçando e te dando proteção, meu mar, meu náufrago da minha ilha que pertence somente a ti. Era sim, pois naquele momento, todos sentiram o mesmo, Frey estava sorrindo, Freya sabia disso, ela sabia sim.
~
Hidden Place - Fim.
Pelo menos a primeira parte :)
Aquela época foi a mais difícil para todos eles, para Forseti, que agora era uma enfermeira, para Heimdall, que agora era um renomado advogado, para Hermod, que estava no último semestre de psicologia, e para Freya, uma adolescente cheia de impulsos e rebeldia.
Agora era sol, era girassol e calor, o frio egocêntrico se foi, mas ainda há muito esperando lá na frente, todavia, estes são outros detalhes.
Hermod lembrou do dia em que pôs fogo nas suas roupas manchadas do sangue de Frey, não que ele quisesse esquecê-lo, nem se nascesse de novo ele esqueceria de seu amado, mas porque ele realmente queria dar um passo na sua vida, e não continuar sentado esperando o tempo andar, como sempre fazia. Acordou com aquilo ainda pairando na sua mente, fez a barba, se lavou, pôs uma camisa azul estilo folk e uma bermuda xadrez, e foi para a biblioteca da sua faculdade estudar. Uma leve pontada deu-se no seu peito, mas ele não se importou, e continuou estudando.
E a porta foi aberta, lá estava ela, bela e jovem, a cada dia mais idêntica a Frey, como se fosse uma irmã gêmea que nascera depois, lá estava Freya visitando a pessoa que ela mais admirava, Forseti. Forseti deu um etéreo sorriso, e a convidou para entrar, era um final de semana, e Forseti já sabia, Freya sempre gostava de visitá-la nos finais de semana, sábado e domingo, o dia inteiro lá. Tyr sentia um pouco de ciúmes, porém, ele ainda gostava muito de Freya, de fato, ela era uma ótima companheira.
- Oi Freya, entre. Tudo bem com você? - Disse Forseti numa voz materna.
- Onde está o Tyr?
Dessa vez, era Forseti sentindo uma leve pontada.
- Meu filho está lá no quarto, ouvindo música, como sempre. - Ela adorava falar 'meu filho', sentia-se segura de si.
- Ah... Depois eu falo com ele.
- Quer um sanduíche?
- Quero sim. - Sorriu Freya, era incrível como os traços dela eram igualzinhos aos de Frey.
- Como foi sua semana?
- Foi um pouco entediante. Sabe, eu ando com uma pontada estranha no peito, é como se eu quisesse visitar meu irmão.
- Então vamos, ué. Vou ligar para Hermod e para Heimdall.
- N-Não... - Disse meio envergonhada.
- Por que não? - Questionou Forseti fazendo uma expressão triste, parecia com um desamparo.
- Queria ir só eu e você, Forseti.
- Mas Frey foi importante para todos nós, Freya. Não seja egoísta.
- Tudo bem.
Forseti deu outro sorriso materno, Freya adorava aquele sorriso, ela esperava a semana inteira para vê-lo. Deu um beijo carinhoso na bochecha rosada da menina, e pegou seu celular, discou alguns números e o pôs na orelha, meio séria.
- Hermod?
- Forseti! - Forseti sentiu a vontade de sorrir de Hermod.
- Vamos visitar Frey? Agora mesmo?
- Era exatamente nisso que eu estava pensando. - Revelou um Hermod um pouco assustado. - Vou ligar para Heimdall, espero que ele esteja livre.
- Para Frey, nós sempre temos que estar livres. - Sorriu a mãe.
A casa vantajosa de Forseti ficava um pouquinho longe daquela cidade, era como uma moça do campo, Freya adorava ir lá de bicicleta, só assim, só com Forseti, só com aquele lugar tão calmo e parado, Freya se sentia bem. O sol dourava as casas e as ruas, o cemitério também, até ele ficava com uma aparência melhor, parecia que a morte tinha se transformado em libertação, talvez fosse.
E logo todos se encontraram na lápide de Frey, todos com o mesmo sentimento. Não era de perda, nem de tristeza, era de felicidade, a mais pura felicidade. Um doce aroma de uma flor era inalada naquele lugar, poderia ser o hálito de Frey, o seu perfume, o cheiro do seu corpo, mas além disso, era outra coisa. Era muito mais do que amor, do que paixão, do que qualquer sentimento bom e ruim, era grandioso, esplêndido, cheio de um orgulho necessário para se manter.
Eu ainda estou aqui, te abraçando e te dando proteção, meu mar, meu náufrago da minha ilha que pertence somente a ti. Era sim, pois naquele momento, todos sentiram o mesmo, Frey estava sorrindo, Freya sabia disso, ela sabia sim.
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Hidden Place - Fim.
Pelo menos a primeira parte :)
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Andrew Oliveira
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