- Estou com sede, me "empreste" a sua água.
- Não acabe a minha água, cretino.
Ele bebeu, estava entusiasmado. A tarde quente como um inferno, a sala de aula era apenas um detalhe, a água estava suculenta, um grande pleonasmo. Então, ela o fitou pelo que pareceu um grande momento, mas foram só alguns calorosos minutos de tentativas falhas de compreensão.
- Você me pareceu tão feliz agora... bebendo água. Ou sei lá...
- Se o que eu parecesse fosse o que eu realmente sentisse...
Ele deu uma risada quase nervosa, porém baixa, de uma frequência que uma criatura comum não perceberia.
Ela sorriu em resposta. Um sorriso suavemente amargo, quase um lamento.
"Ele é patético" - talvez ela tenha pensado. E se pensou, ela tinha razão.
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Andrew Oliveira
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