Solitude, darkness and love


"I don't wanna admit, but we're not gonna fit"

domingo, 22 de maio de 2011

Espada de papel


Acho que minhas palavras nunca chegarão à você
Não do jeito que eu queria
ou falava
Isso importa?

Eu já te perdi, eu sei
Seu amor por mim é tão frágil
e tão impiedoso
Meus erros sempre vem à tona
É a única forma de você me machucar.

É só desse jeito que você me atinge
E meu amor nunca vai ser o suficiente
Eu nunca vou ser o suficiente
Nada te impede de me deixar aqui.

Eu não vou chorar se você quiser me abandonar
Eu não vou gritar quando for injustiçado
de novo e de novo e de novo
Você é a marionete dessa sombra parda
É claro que é.

Minhas feridas são vulcões mortos
Inoperantes
Sangue seco, lágrimas secas
Paixão seca.

Eu jamais farei coisa alguma
Eu não sou uma causa
Sou uma consequência
É tão difícil entender isso?

Minhas mãos não se mexem mais
A caneta está quebrada
Minha visão está negra
E eu me pergunto se haverá em
algum dia
Alguma palavra que possa me salvar

de você
de mim
Desse tempo suicida.

Meus pés estão cheios de cristais
Cheios de sonhos quebrados.

Eu sou alguma coisa para você?
Eu poderia ser alguma coisa?
Meu coração sempre esteve aberto
Mas ninguém notou, ninguém viu
E então a escuridão ele absorveu

Sugou-a, engoliu-a
Sobreviveu dela
E minha alma se tornou mármore
Meu gosto tornou-se pesadelo entorpecido
Minhas asas de metal enferrujaram

Minha morte nem me quer mais.





~





Verano
Photo: Juha Helminen

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