Solitude, darkness and love


"I don't wanna admit, but we're not gonna fit"

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Requiém para Ellie


Eu sou partes

Eu sou antes

Eu sou depois

Eu sou teorias

Eu sou édens

Eu sou caixas

Eu sou monstros

Eu sou isso

Eu sou aquilo

Eu sou cascas

Eu sou polpas

Eu sou papoulas

Eu sou jardins

Eu sou formigas

Eu sou árvores

Eu sou cuidados

Eu sou lágrimas

Eu sou compromissos

Eu sou encenações

Eu sou agoras

Eu sou amanhãs

Eu sou reflexos

Eu sou heranças

Eu sou surras

Eu sou invernos

Eu sou verões

Eu sou natais

Eu sou carnavais

Eu sou ensaios

Eu sou danças

Eu sou sonhos

Eu sou pesadelos

Eu sou solidões

Eu sou múltiplos

Eu sou somados

Eu sou corpos

Eu sou orgasmos

Eu sou menos

Eu sou mais

Eu sou contradições

Eu sou inseguranças

Eu sou arrependimentos

Eu sou ressentimentos

Eu sou escuro

Eu sou claro

Eu sou fugas

Eu sou decisões

Eu sou beijos

Eu sou abraços

Eu sou amigos

Eu sou tu

Eu sou eles

Eu sou artes

Eu sou músicas

Eu sou escritos

Eu sou esquecidos

Eu sou nenhum

Eu sou alguns

Eu sou vários

Eu sou todos

Eu sou mundos

Eu sou estrelas

Eu sou universos

Eu sou minha vida

Eu sou minha morte

Eu sou excessões

Eu sou devaneios

Eu sou drogas

Eu sou bebidas

Eu sou sexos

Eu sou criações

Eu sou possibilidades

Eu sou nuncas

Eu sou jamais

Eu sou sempres

E para sempre

Serei eu
Carregando meu corpo
Para adentrar sete palmos...







~











Andrew Oliveira ;*

sábado, 17 de abril de 2010

The Lover


Toque no meu corpo
Na minha alma
Na minha vida
Na minha boca
Me remexa

Bagunce os meus cabelos
Cheire meu pescoço
Dentro dos meus poros
Dos meus ossos
Do meu ser
Do meu sexo

Crie minha excitação
Meus pulmões
Meus olhos
Prestes a se abrir
De novo, repita
Seus desejos
Sobre mim

Para ti
Para mim
Minha palma na tua palma
Minha alma na tua alma
Meu carma no teu carma

Como se a própria solidão
Fosse desfeita
No mais sólido
Voo da águia
Que me pariu


Arranque minha máscara
Morda meus lábios
Veja meu íntimo
Arranhe minhas costas
Roça nas minhas pernas

Sinta minha respiração
Mexa nos meus devaneios
Sonhe comigo
Sonhe comigo

Como se meus próprios pesadelos
Fossem apagados sem querer
Como se nunca, nunca,
Eu tivesse te conhecido antes


Penetre na minha visão
Que está prestes
A descobrir
O caminho do teu gosto
O gosto do teu prazer

Sonhe comigo
Sonhe comigo...



Sonhe comigo...




~









Andrew Oliveira, ou Pedro Oliver :)

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Passion of the Sun


Eu venero teu corpo, meu amor

A maravilhosa chama que ele é



Quando ele, subitamente me enlaça

Como no paraíso dos teus desejos

Na essência mórbida dos teus beijos

Corte na lâmina que emana graça



Como trovões amedrontando espíritos

Mais calados do que a vida passa



Quando meu amor chora, com amargura

É quando tudo se incendeia numa falsa ternura




E através dos suspiros de tristeza eu vejo

Que teu corpo trancado é o torpe relampejo do meu medo...






~







Andrew Oliveira

Pneumonia




Ao abrir aquela janela
O silêncio já não era mais o mesmo
Eu estava realmente livre?
Eu estava realmente acordado?

Após aquela janela
Existia um campo tão belo
Cheio de girassóis, por todos os lados
Até nas árvores

Girassóis tão dourados
Quanto o sol que fixava-se ali
Mas logo tornaram-se brancos
Tão brancos quanto meus sonhos

A grama transformou em espinhos prateados
Espinhos que impediam de eu seguir um caminho
O sol sumiu por entre as núvens negras
O céu ficou vermelho

Eu chorei como se chora um bebê

Mas de nada adiantava chorar
Porque eu já estava acordado
Acordado para não mais sonhar
Afinal, a morte não é tão estranha assim,
Não é enquanto você não lembrar de como viveu.


~







Andrew Oliveira, ou Corona Solaris

domingo, 11 de abril de 2010

O Sacrifício de Solaris




Esta é a minha oferenda,
Eu a entrego para você
Como se numa memória jamais esquecida
Como se fosse para Ísis, Osíris
Ou Atenas
Como se eu pudesse beber de teu sangue

Lamber tua alma

Morder teu pescoço manchado...


Esta é a minha oferenda
Repleta de castidade
Que, na sua penumbra célebre
Cerimonial e protegida pela minha presença
Crucificada por entre cacos de vidros
Das vitrais brilhantes, e entre ao som da minha
claustrofobia


Eu corro para o meio do rio


Corro para o meio dela


Corro pelo meio dele

...



Esta é a minha oferenda
Para você,
Inerte, decompondo-se debaixo do chão




Para você que me guardou obsessivamente dentro de ti.




~










Andrew Oliveira
ou Corona Solaris

Sonhos de Alicia



Poderia imaginar mil maneiras de estar ao seu lado, se quisesse
Poderia pensar nos dias em que eu despertarei,
Só para te ver dormindo
Mas não por estar cansada de viver uma vida que não é minha
Nem por sonhar frases de amor que eu não criei.

Eu gostaria que você fosse uma única excessão
Que liberta meus anseios
Libera minhas dores
Cura minha sombra

O que eu poderia fazer para te encontrar?
Estou cansada de caminhar nessa terra
Olhar para essas nuvens que choram
Morrer com essa rosa que nunca existiu.

Tudo isso nunca realmente existiu
Nem esse amor tóxico que me corrói

Nem você, que olhou para o nada
E não encontrou suas respostas


Não encontrou o que você não queria...





~




Andrew Oliveira