Solitude, darkness and love


"I don't wanna admit, but we're not gonna fit"

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Sem exageros


E agora, não há nada mais belo

Mais possível do que os sonhos que você

Estendeu no varal da nossa solidão

Perto do quintal de ócio

Um cercadinho de esperança



E hoje, hoje posso ver melhor

E além disso consigo tocar

E sou capaz até de desenhá-lo num quadro

Seu doce horizonte

Açúcarado amanhecer, meu amor



Amanhã não me importa

Isso não me importa mais

Não é insegurança, tampouco ilusão

É maior, muito maior do que você possa imaginar

Isso é o que você nunca será



Me ame, me odeie

Me culpe, me perdoe

Eu não farei nada que te impeça

E nada que te machuque

Porque às vezes eu só penso em mim

Então não me segure



Não julgue meus atos

Por ontem, nem por amanhã

Suas centelhas de paixão

Suas faíscas machucando seus cílios

Nada disso conseguirá me deter



Eu vou pular por entre as colinas

Cortar árvores com as mãos

Queimar um império inteiro

E vou rir

Porque tudo não passa de uma grande piada sem graça

E você é o palhaço que eu mais amo



Talvez não te ame tanto assim

Talvez te ame demais

e por demais nesse espectro infinito

de possibilidades e desejos

Eu posso parar

Mas não que eu não queira continuar

Só que eu também me sinto cansado às vezes



Cansado de ter que repetir na minha mente

Revirando minhas entranhas

e dizendo, gritando, re-afirmando

Nunca mais meu coração sofrerá por isso

Nem por ninguém

Nem por uma única parcela de esperança



Minhas esperanças foram pisoteadas por um jardineiro invejoso

Minhas alegrias foram esquecidas num porta-retrato qualquer

E todas as vezes

que eu olhar pra você,

e quando eu olhar pra você,

Não.



~




Black Cherry

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