Solitude, darkness and love


"I don't wanna admit, but we're not gonna fit"

sábado, 9 de outubro de 2010

Hidden Place II: Capítulo 2 - Língua



Ah, óbviamente ela sabia o que Apolo queria, e mesmo assim aceitou, cedeu-se a ele. Psiquê realmente não se amava o suficiente, e talvez só amasse a beleza de Apolo, aquele garoto tão terrívelmente belo, ah... O amor estava realmente em tudo? Isso tudo foge tão rápido da minha mente. A madrugada estrelada era o palco para a janela do quarto de Apolo, onde ele se lambuzava de Psiquê e Prazer. Uma música tocava no seu micro-system, era frágil e onírica, se chamava Shelter.Apolo a beijava de uma forma que ela acreditava ser por paixão, ele a pressionava contra o seu corpo másculo e grande, deixando-a completamente desfalecida, como se estivesse sugando sua alma para se alimentar, Apolo era um ladrão de almas. E a lambia voraz, Psiquê estava mole, apenas seguindo o ritmo daquela criatura tão incansável, seu corpo todo tremia, arrepiado, era como se o ar da meia-noite estivesse entrando na sua pele e ela estivesse se transformando em noite. Apolo a despiu, e se despiu, passeando sua boca por todo o corpo daquela garota tão confusa, ele a torturava com sua língua.E ele a beijou ainda mais, enquanto penetrava devagar o seu membro rígido no sexo da menina, expulsando a sua virgindade, uma lágrima desceu de seu olho esquerdo, mas era de felicidade. Ela se contentava com tão pouco, que garota mais medíocre.

~

Um corredor, várias portas, nenhuma janela, tudo estava mal iluminado, Freya sentia o chão gelado cortando seu pé como pequenas lâminas formando o piso, mas ela não se importava, sentiu um ar de melancolia e logo após uma ventania entrar de forma brusca no corredor, como um carro em alta velocidade na estrada, e se sentiu nua, mas lá estava, um homem distante, quase uma sombra, ela podia ver seu rosto, ela queria ver seu rosto, e tentou acordar, mas não conseguiu, orou para si mesma e conseguiu abrir os olhos de uma forma calma, seu coração não estava mais batendo forte, nem estava suando, nem estava tentando gritar, estava relaxada. E só então, resolveu acordar para outra questão.

Quem é meu pai?

E só então ela se tocou, ela cresceu apenas do lado de sua distante mãe, e de Forseti, quer dizer, ela tinha uma imagem de seu pai, talvez fosse uma foto ou um sonho, até mesmo um pesadelo, mas naquela hora ela sentiu vontade de conhecê-lo, e a partir de então não conseguiu dormir mais.

As olheiras estavam realmente grandes, ela olhava para si mesma no espelho se chamando de Panda, além de ter a pele pra lá de pálida, nem maquiagem resolveu, e lá estava Freya, chegando na escola com a cara de pau mais mal tratada do mundo, que se danem essas pessoas vazias.

Eu sou vazia também?

De qualquer forma, o cotidiano continuava o mesmo, com as mesmas cores de sempre, as mesmas pessoas de sempre, as mesmas dúvidas de sempre, as mesmas tristezas de sempre, e a mesma dor de sempre. Ela nunca soube explicar aquela dor, poderia estar com medo ou com ódio daquilo, o que é a dor? Os dias estavam com alguma coisa a mais, ela sentia isso, e não eram as perguntas que ela sempre fazia a si mesma, o que era essa sensação? Olhou para Apolo, que a encarava durante quase toda a aula, sorriu pra ele, e ele retribuiu o sorriso, Psiquê cochilava enquanto o professor de matemática falava de mil fórmulas para a prova, Psiquê não era assim, não durante as aulas de matemática, Freya estranhou ao ver uma menina tão esforçada cochilando durante uma aula importante assim.

Acho que até meninas tão boas como ela se cansam às vezes, aliás, acho que todas as meninas se cansam de viver, e preferem cochilar durante as aulas de matemática pra tentarem se manter em pé. Os saltos doem, as calças esfriam, o batom resseca. Tudo isso é uma mentira mal contada. E eu não passo de mais um detalhe de toda essa encenação. Encenar demais é cansativo, mesmo.

Até há um dia antes, Psiquê era tudo o que Freya imaginava, mas não naquele presente, naquele presente Psiquê era outra pessoa que, após ter sido descoberta, só via as segundas intenções das pessoas, seus interesses, e como elas usavam as outras para benefício próprio, que podridão. Psiquê havia perdido a inocência não apenas do corpo, mas da sua alma. Psiquê estava banhada de sangue de leão.

Após a aula, Freya resolveu chamar Psiquê, que ainda estava desnorteada de sono e melancolia, igual ao seu pesadelo da noite anterior, que fez pensar em seu pai.

- Psiquê...

- Olá Freya. - Deu um meio sorriso, parecido com o de alguém.

- Está tudo bem com você ?

- Por que a pergunta? Estou sim.

- É que você estava dormindo durante a aula.

- Só tive uma noite ruim e...

Antes que pudesse terminar Apolo passou ao seu lado de uma forma fria, sem nem mesmo dar um olá, seu peito apertou e logo pôs a mão em cima dele.

- Aconteceu alguma coisa? Pode me contar. - Disse numa voz materna, percebendo o desconforto da garota.

Psiquê respirou fundo e abaixou a cabeça, a escola já estava se esvaziando, e um turbilhão veio à sua mente, sua cabeça doeu, seus olhos doeram, por que ele nem olhou pra mim hoje? Ela de alguma forma sabia que isso poderia acontecer, só não estava pronta para tal, queria vegetar ali mesmo, mas Freya não deixou, Freya pôs a mão no ombro da menina.

Psiquê hesitou, e uma pequena lágrima ficou na toca de seus olhos.

- Eu o amo tanto, tanto Freya. E eu fui tão idiota em acreditar que ele poderia me amar, ele só queria me usar, como outra qualquer, eu acho que sou isso mesmo. - E começou a chorar copiosamente.

Freya borbulhou de raiva por tal indivíduo, quem seria capaz de fazer isso com uma menina tão doce?

- Quem é esse garoto, Psiquê? É Apolo?

Ela fez que sim. Freya pensou logo em encher a cara de Apolo com socos. Psiquê uivou de dor.






~







Andrew Oliveira

Desculpem a demora pra postar, estou sem notebook )=

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