Soubeste então que, muito provavelmente,
Embora sem probabilidade alguma,
Eu vou brincar de te raptar?
Erre, eu posso te ouvir
Acolha, se tens toda a tua certeza
Fale que o mar é o nosso retorno
Ainda que eu não compartilhe do teu medo
E eu não quero que me deixes na dúvida
Lá fora, o mundo tem pressa e não se deixa atrasar
Ah, meu bem-quiser, se queiras mesmo
Que eu possa te querer sonhar
No desaguar, a canção toca
E eu me proíbo de quebrá-la
No fundo, eu sei, pode ser o silvar
da tua pele de oliva, e oliveira
Minha oliveira, me envergonho
De te imaginar como um demônio acolhedor
Me afogando em calor e pesadelo
Ouça, ouça de novo, eu vim te buscar
Sei que minhas sombras são insistentes
Sei que meus olhos não existem mais
A realidade permanece e eu me esvaneço
Embora ainda seja parte dela, e eu seja parte do que sempre esqueço
Do que costumo querer me esquecer.
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