Solitude, darkness and love


"I don't wanna admit, but we're not gonna fit"

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Cânone da Tempestade:1 - O Aluno Novo




Danilo Armand permitiu-se mais uma vez cochilar durante a aula de matemática, era revisão, e ele já estava no 3° ano do Ensino Médio, mas não se importava, pois sua patética e superficial vida se encontrava completamente perdida. Sonhava com pessoas boas e dias ensolarados, estou de saco cheio dessa chuva!
Fazia meses que chovia sem parar na cidade Cartesis, a terra natal de onde Danilo nunca saíra, nunca se sentiu bem ou de bom humor ativo lá, era como um veneno paralisante que o deixava preso, era como uma gaiola. Surgiu um campo cheio de arco-íris se misturando numa dança bêbada em sua cabeça, sorriu levemente, até que foi interrompido:
- Armand! Venha aqui no quadro escrever o resultado do cotangente de X! - Berrou o antipático professor.
- Ah... Eu não tô afim, e eu não sei. - Nem levantou a cabeça, não gostava de olhar muito nos olhos das pessoas.
- Isso é ordem, Armand! - Enfureceu-se.
- Pergunta pra quem sabe, oras... Eu já disse que não sei!
- Ele não passa de um idiota, professor! - Intrometeu-se Lídia, a inimiga de Danilo. - Por que o senhor ainda insiste em perguntar para as portas?
A turma pôs-se a gargalhar.
Danilo parou na sala da coordenadora pedagógica:
- Danilo... Danilo... Quando você vai mudar? Estou cansada de chamar a sua atenção! Você responde para os professores, está com a menor média da sua classe, e nunca me conta o que você tem, você não era assim! O que aconteceu com você?
Ele poderia responder sobre seu desânimo para viver após o assassinato de seus pais, e que morar sozinho com um irmão mais velho egocêntrico é terrível, mas pensou, como sempre, em controlar seus sentimentos, e preferiu responder:
- Terminou? - Seu olhar cansado não piscou.
- Danilo, vou ter que chamar seu irmão.
Danilo levantou entediado da cadeira, e partiu para casa.

Era uma casa de tamanho normal, bem protegida e à 5 quadras de distância da sua escola. O local estava uma verdadeira zona, roupas e objetos dispersos nos chãos , nas cadeiras e sofás, louças sujas, uma baderna! Apenas o quarto de Danilo permanecia intacto, limpo e completamente são. O garoto entrou no quarto do irmão para avisar que já estava em casa, avistando-o sentado no chão aplicando-lhe uma injeção, já era uma cena do seu cotidiano.

Pessimismo, melancolia, sono, tédio, depressão pós-sono, vontade de chorar, mais sono, olheiras, mais sono, mais sono... Esse poderia ser mais um dia normal na vida de Danilo, até o momento em que entrou um ser nervoso, de face tão bela, exalando ingênuidade, parecia ser tão inseguro.
- Temos um aluno transferido, pessoal. - Falou a professora de Língua Portuguesa. - Conheçam Lucas Lustat!










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Andrew Oliveira ;*

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