The Pain of Black Cherry: Witch Fire - The Original Soundtrack

Bem, como todo final de série, já é meu costume colocar como um belo epílogo a trilha sonora que imagino para minhas séries. Witch Fire me deu um belo trabalho (comecei a escrever a série em agosto, postar em meados de outubro e terminar só ontem), passei por algumas crises de bloqueio psicológico, mas nada que um pouco de paciência não resolvesse. E afinal, Witch Fire não poderia ser cancelada, além de Oráculo das Feras (que não sei quando vou retomar sua criação), é uma série importantíssima por zilhões de coisas que passei, além de sonhos que eu tive e, claro, uma dinastia inteira que já estava se formando na minha cabeça, a família de bruxas da Corte do Coração, ou CoeurCourt, como preferirem.

Para quem chegou até o fim, deve ter visto nomes conhecidos e citados nos primeiros capítulos, como Catherine, Rosanne, Mary Chrétien e Mary Alice, a parte da dinastia que Mary Donna conviveu. Sinceramente, uma das ideias iniciais de Witch Fire era ter como primeiro plano, e apenas com ele, a trajetória de Mary Donna. Mas esse plano seria limitado e, por vezes, pouco "agitado". O primeiro plano então foi transferido para Ammaleth, minha heroína mais fraca, atrasada, lerda e boa. Em geral, meus personagens nunca são suficientemente maus ou bons, como no caso de Mary Donna, que teve um desenvolvimento na trama ainda maior que o de Friddah, cujos muitos pedaços dos capítulos foram dedicados à ela. Então, resumindo a coisa toda, Carlotta e Ammaleth são as mais bobas da história.

Enfim, vamos para essa trilha que eu já tinha pronta desde que criei a série, mas que passou por váááárias mudanças até chegar à essa humilde tracklist de 11 faixas:

01 The Mystic's Dream - Loreena McKennitt [The Mask And The Mirror]

Há algo mais pagão, céltico e bruxo do que Loreena McKennitt? Talvez sim, mas não há abertura melhor para uma história de bruxas do que um sonho místico. Muitos devem conhecer essa intérprete magistral de música celta pelo filme As Brumas de Avalon, que eu ainda não assisti, mas está na minha fila de espera (tanto livros quanto filme).

02 Dance Around The Fire - The Golden Filter [Völuspá]

A cerne musical de Witch Fire, posso dizer. Uma das músicas que me influenciou muito a começar uma história de bruxas, tecer uma dinastia, ambientar uma outra Idade Média na Terra. Com Dance Around The Fire imaginei mil e uma cenas para essa série, e várias delas tiveram a oportunidade de entrar na trama, uma delas é o sonho de Louvier com os súditos de Radamathys, logo nos primeiros capítulos. Dance Around The Fire pode ser posta a qualquer capítulo de Witch Fire que vai se encaixar perfeitamente, com exceção, eu acho, dos últimos. Enjoy this.

03 The Beast - Austra [Feel it Break]

The Beast conta em poucos versos o renascimento de uma criatura que veio de uma Besta. Obviamente podemos ter várias interpretações sobre o renascimento em questão, mas a música, como tantas do Austra, não deixa de ter aquele sabor de bruxaria e mistério. Outras que indico e que também incrementaria em Witch Fire são Darken Her Horse e Spellwork.

04 No Light No Light - Florence + The Machine [Ceremonials]
Uma das canções da senhorita Florence Welch e sua Máquina que influenciou muito o ritmo de Witch Fire. A música contém um clímax afiadíssimo (não que minha história tenha porque minha descrição ainda é meio Ensino Fundamental, mas enfim....)

05 Mer Girl - Madonna [Ray of Light]

O momento de "pausa dramática" da série. Ray of Light é um dos melhores de Madonna, quiçá o melhor. Durante toda a audição temos um sentimento de ininterrupto e sufocante, que é aliviado com Mer Girl. Madonna quase nos mata.

06 Komið - Björk [Medúlla]

Claro que uma boa trilha sonora não é tão boa assim se não tivermos a Deusa protagonizando alguma faixa. Komið é feita apenas de improvisos vocais, formando uma aura desesperadora e desconhecida, e que está presente em um dos seus álbuns mais difíceis: Medúlla. Cerne, centro, cavidade, núcleo. Uma canção que beira ao primitivo, desconexo e, por que não, glorioso.

07 Lafaye - School of Seven Bells [Ghostory]

Uma atmosfera electronica que imagino para Witch Fire. School of Seven Bells tem uma textura de canções que oscilam entre o melancólico e o esperançoso, esse tipo de união inusitada que eu adoro.

08 Venus in Fleurs - Grimes [Geidi Primes]

Grimes não é uma artista que me agradou muito (e também não chegou a ser uma das minhas preferidas, nem por uma semana), mas o auge experimental do seu álbum Geidi Primes encontrei em Venus in Fleurs, um belo contraste com o electro massivo de School of Seven Bells.

09 Dreams - Kylie Minogue [Impossible Princess]

Mas Kylie Minogue? Sim, Kylie Minogue, ela também teve sua época alternativa, intimista e extremamente bem trabalhada, e essa época se chama Impossible Princess. Algo genial para uma artista tão pop como Kylie. Mas ela é mesmo um amor.

10 Shake - The Golden Filter [Syndromes]

Mais uma do promissor duo The Golden Filter, do seu curto e suculento EP Syndromes que, como o próprio título já fala, retrata algumas insanidades humanas. Eu colocaria a música Kill Me, mas ela fará parte da minha próxima série. E Shake é a trilha para os momentos de batalha de Witch Fire.

11 Kill - iamamiwhoami [Kin]

Claro, quem achou que eu esqueceria da minha deusa mandrágora? A música que ouvi repetidamente enquanto escrevia os dois últimos capítulos, e que deve se encaixar bem mais na série do que Dance Around The Fire. A mulher que já encarnou uma mandrágora, uma filha prostituta, uma deusa e uma esquizofrênica não poderia ser um desfecho melhor para Witch Fire. Do seu álbum debut Kin, Kill é um dos melhores trabalhos electro e experimental que já ouvi, e é uma das minhas favoritas além de Sever (aliás, o álbum todo é meu favorito). Na minha opinião, o caldeirão mais borbulhante de sentimentos que essa mulher já cantou.