Solitude, darkness and love


"I don't wanna admit, but we're not gonna fit"

domingo, 6 de março de 2011

Poética sem Fim


Não me abandone
Eu não tenho nome
Mal tenho fome
De tudo que some
Sou bem o que poderia
Sou bem o que iria
Mas nunca o que contava
E nada é vezes nada
Aquele que sorria
Aquele que não amava
Não me deixe
Posso ser o feixe
Da tua constelação
O desejo da sua sombra
O deleite da sua obsessão

Ah criança da voz infeliz
Pudera eu ser teu aprendiz
De toda a sua feiúra
De toda a sua amargura
De toda a sua esperança
A esperar pela fuga de amanhã
Na saída da liberdade vã
Eu quero dançar
Eu quero cantar
Sobre teus braços
Sobre teus maços
O prazer celestial
Sendo esquecido pelo mundo
Por ele esquecido
Brilho jamais alcançado
Na mútua face infernal
No trem nunca esperado
Debaixo do sétimo portal

Onde se vê o paraíso mortal
Partido, cansado, imoral
Um último suspiro da nossa estação...











~













Andrew Oliveira
Photo: M/M Paris, Björk

terça-feira, 1 de março de 2011

Há uma distância




Deixai a chuva, vós dizeis
Mas vós nunca pisastes adiante
E sou capturada, sou capturada
Há uma distância

Nenhuma, exceto a mim e ao punhal
Crepitando sobre o telhado
Contemplai, pois não é a chuva
Destarte tenho que ser
Não beberei teu vinho de vindima, meu querido
Tendes vós considerado que de inocência sou
Contudo deixastes vossa dama em perigo
Vós deixastes-me tostar

Meu coração, meu coração, meu coração
De fragilidade é o meu coração
Minha pálida pele de tom damasco

Quando vós, vossas lágrimas tivestes recônditas, "voltai", vós dizeis
Lá, em breve estarei
Mas como poderei correr, quando meus ossos, meu coração
Vós arrancastes?

Mas, correi, vós dizeis
Eu corro, eu corro, eu corro

E lá, então, eu contemplo, que o tempo virá
Quando por mais uma vez morta eu estiver, vós dizeis-me para sem demora partir
E parto, e parto, e parto, e parto
E parto, com o punhal e lágrimas em mãos
Vede, as sombras, o céu diminuindo-se
Então por meio de um forte golpe caminho antes de correr e derreter-me no crepúsculo

Em minha mente qual o resultado
Parece como se fosse impróprio mudar de qualquer modo?

Afinal de contas, vós deixastes-me por esses anos, afundar-me nas emocionais profundezas
A encharcada e sombria cortina aveludada pendura-se em mim
Tornando meus sentimentos distantes de nosso tão ignorante mundo
Todos os belos momentos compartilhados, deliberadamente empurrados adiante
Afinal de contas, vós deixastes-me por esses anos, afundar-me nas emocionais profundezas

A encharcada e sombria cortina aveludada pendura-se em mim
Tornando meus sentimentos distantes de nosso tão ignorante mundo
Todos os belos momentos compartilhados, deliberadamente empurrados adiante

Há uma distância

Há aquela distância...







~





Raymond Istvan Rohonnyi & Liv Kristine
[Theatre Of Tragedy]